A IMPORTÂNCIA DA IGREJA NA VIDA DAS PESSOAS

O David e a Talita são gêmeos e quando nasceram, em agosto de 1979, senti uma necessidade imediata de procurar uma igreja para freqüentar juntamente com minha família, agora bem maior. Eu não queria que meus filhos um dia me perguntassem sobre Deus, e não tivessem uma resposta…

O céu no mês de agosto é um pouco sujo pela poluição, principalmente na periferia de Osasco, que por si só já é periferia da capital – São Paulo; nesta época do ano não costuma chover e nem venta, daí essa impressão muito clara de sujeira suspensa no ar. Quando dei mais atenção ao ambiente esfumaçado que me rodeava e àquele horizonte cinzento-avermelhado que estava diante de mim enquanto esperava o ônibus para ir até a maternidade ver os filhos, imaginei que o mundo que os esperava não era dos mais limpos. Resolvi que iria buscar uma igreja para poder criá-los “nela”. Eu mesmo havia sido criado em uma, e mesmo que, durante os últimos vinte anos estivesse “desviado” dela, sabia que isso seria muito bom “para eles”.

Na semana seguinte busquei uma igreja. Comecei a visitar uma Igreja Batista no bairro do Tatuapé, onde passamos a morar. Para mim era tudo muito difícil; ir à igreja com duas crianças pequenas era quase um “martírio” e a vontade ia arrefecendo. Tentei algumas vezes, mas sentia que “não dava”. Depois de algum tempo, aquela preocupação com o “mundo poluído” já não era tão forte e logo desisti da idéia de estar em uma igreja. Isso poderia ficar para outra oportunidade.

Mudamos para Americana em 1984, agora já com três filhos, a Larissa nascera em 1983. Fomos morar no bairro de Nova Americana, bem ao lado da casa de uma família evangélica, a família do Presbítero Ismael Rocha. Depois de poucos contatos ele já estava nos evangelizando; tudo começou com um convite para irmos ao “Encontro de Casais com Cristo”. Participamos então do “II ECC” e durante as palestras nos emocionamos muito, redescobrindo o amor antigo pela Igreja de Deus. Passamos à visitar a Presbiteriana “Central” de Americana, e logo soubemos que às quartas feiras havia reunião de uma tal de “UCP”, e mais, que um casal cuidava das crianças enquanto os pais participavam de estudos bíblicos. Achei ótimo, pois naquela época a Shirley estudava à noite e eu cuidava dos três, enquanto ela ia à faculdade; a igreja às quartas feiras seria uma parte de minha salvação: alguém iria cuidar das minhas três “crionças” enquanto eu descançava. Naquela época quem comandava a “UCP” era o casal Airton Borelli e Rita. Fui!

Daí para frente foi “só alegria”. Nós, que havíamos procurado uma igreja, encontramos ao Senhor Jesus Cristo (Glória!). As nossas crianças finalmente puderam conviver com uma nova família, aprenderam muito no convívio com a igreja, da mesma forma como nós, que resolvemos nos envolver de “corpo e alma” nos trabalhos dessa nossa nova comunidade. Depois de algum tempo, passamos a ajudar na própria UCP, depois na UPA, depois nos trabalhos do Encontro de Casais, depois veio a UPH, e assim as coisas foram acontecendo… E as crianças, agora já adolescentes, sempre firmes na “rocha”; foi um período maravilhoso. E pensar que nós buscamos uma igreja por causa deles, mas os grandes beneficiados fomos nós todos!

Um belo dia, eles já tinham perto de quatorze anos, fomos convidados à dar um testemunho para um grupo sobre “A importância da Igreja”. Aceitamos e depois ficamos pensando no que falar; pedi a Deus, que nos inspirasse, e, depois de meditar bastante, “sentimos” que o melhor seria falar sobre essa experiência que tivemos em casa, nós e os três filhos: David, Talita e Larissa. Afinal, se sentíamos que a Igreja era realmente importante para nós, não podíamos nos esquecer que buscamos a Igreja por causa de nossos filhos… Mas, perguntei, a igreja estava sendo importante para eles? Teria valido a pena?

Resolvi perguntar para cada um deles: – Filho, filha, a igreja é importante para vocês? Por quê? Quando eles começaram a responder, pedi que não falassem nada; eu queria que eles escrevessem sobre isso. Separei um dos outros, e dei um bom tempo para que pudessem escrever tudo o que lhes viesse à mente sobre o assunto. Eles dedicaram-se à tarefa e meia hora depois vieram me trazendo seus escritos; um após outro, fomos corrigindo aqui e ali, completando pensamentos e frases, e, no fim, pude ler três redações muito bonitas sobre o que a igreja representava para cada um deles.

No dia da tal palestra, ou, testemunho, convidei-os para que colocassem uma roupa bem bonita e fomos todos juntos para o local da tal reunião. Eu não lhes disse nada sobre o que iriam fazer. Quanto a palavra nos foi dada eu e Shirley contamos aos nosso ouvintes aquilo que acabei de escrever aqui; contei-lhes esta mesma história. E falei que os três haviam escrito sobre qual era a “importância da Igreja para cada um deles”; então eu chamei-os, entreguei à cada um a sua própria redação, e pedi que lessem em voz bem alta. Eles, então, tiveram a oportunidade de ler, de forma muito clara, o quanto Deus tinha sido bom para eles até aquela hora e o quanto tinham aprendido no convívio da Igreja. Realmente a Igreja e a Educação Cristã tinham sido fundamentais na vida deles e eles louvavam a Deus por isso.

Quanto terminaram de ler, e eles estavam muito bonitos, quase todo o público estava chorando de emoção. Foi uma experiência inesquecível e damos graças a Deus por ela.