MAS, LIVRA-NOS DO MAL

“Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”   Tiago 4:7

            Como vimos no capítulo sobre a tentação, o conflito do cristão é essencialmente uma luta contra Satanás que usa nosso ego e sua inclinação natural para pecar. Por causa disso Cristo nos ensinou a orar enfaticamente: “Livra-nos do mal”. E como suas palavras são sinceras, não tendo nunca sentido dúbio, podemos acreditar que o Senhor pode nos livrar. E nesse ponto está a grande alegria em saber que realmente Deus é nosso Pai, e não deseja ver seus filhos vencidos ou caídos pela tentação.

Nossos pais humanos são cuidadosos e por amor desejam ver seus filhos crescendo até a completa maturidade, para que possam sempre ter um relacionamento pleno e com harmonia abundante. Assim também é Deus, nosso Pai. Ele nos guia nos nossos passos, nos ajudando nas quedas, tomando-nos pela mão, não importa quantas vezes caiamos. O Senhor Deus está sempre presente, esperando para nos amparar e restaurar. Por quê? Simplesmente porque somos Seus filhos, porque nos ama e porque Ele sabe que a medida que continuarmos nossa jornada crescemos rumo ao Seu querer.

Nossa luta contra Satanás, o ego e o pecado não são terríveis provações como pensamos; ao contrário, são desafios, provas que podem fortalecer a nossa determinação de ficar com Deus. Há três maneiras definidas, simples e positivas pelas quais nosso Pai nos livra de Satanás. A primeira já foi indicada acima: Ele está sempre ali, sempre presente e acessível, sempre disposto a demonstrar seu imenso amor a cada um de nós. Quando a tentação chega, precisamos somente nos lembrar que Ele está conosco, nunca estamos sozinhos. Dirigirmo-nos a Deus em voz alta é sempre de muito auxílio: “Ó Pai, isto está um pouco acima de minhas forças. Eu não posso competir com isto, mas tu podes! Por favor, estende a tua mão, e, pelo teu Espírito, faz-me permanecer em pé. Faz-me sentir a tua presença, pelo teu Santo Espírito, para que eu possa passar por esta situação sem cair, sem tropeçar”. A resposta de Deus para esta oração simples e humilde resulta em grande força para a alma em tentação.

A segunda maneira pela qual nosso Pai nos livra do mal é realmente um método feliz e muito prático. Ele nos concede pelo seu Espírito um senso comum, o qual espera que usemos, evitando a tentação. “Foge de todas estas coisas más” diz Paulo em I Tm 6.11. Nós conhecemos muito bem as áreas de nossa vida onde somos mais sujeitos a cair nas ciladas de Satanás, e os lugares e oportunidades ligados a essas áreas. Conhecemos também as pessoas que mais nos influenciam a pensar, dizer e praticar o mal. Se realmente desejamos ser pessoas fortes para nosso Deus, é completa tolice e falta de senso ir a tais lugares ou associar-se a tais pessoas. Não temos o direito de nos arriscar desnecessariamente. Se não tivermos forças necessárias para nos manter longe do mal, podemos pedi-la a Deus; Ele prometeu dar o Seu Espírito àqueles que Lhe pedirem como está em Lc 11.11-13. No momento em que assim fizermos com sinceridade, descobriremos que de fatoEle trabalha em nós tanto no querer como no realizar segundo a sua vontade”.  Fil 2.13.  Então acharemos forças e boa vontade para irmos onde deveríamos ir, fazer o que deveríamos fazer, associarmo-nos com quem deveríamos nos associar, pensarmos como deveríamos pensar e evitar o que deveríamos evitar.                      

O terceiro método é usar a capacidade que nosso Pai nos deu de lutar contra o mal. Em Tiago 4.7 encontramos claramente: “Resisti ao diabo e ele fugirá de vós”. Deus espera que seus filhos sejam valentes em contra-atacar Satanás, mas muitas vezes damos campo ao inimigo de nossas almas sem nenhuma resistência e escorregamos para o pecado sem luta. Porém o Espírito que Deus nos dá não é de derrota, pelo contrário, é de poder, amor e de uma mente disciplinada  conforme I Tm 1.7. Se sabemos perfeitamente o que é certo e próprio de acordo com a vontade de Deus, precisamos ser corajosos e ficar firmes; podemos fazer isso no Espírito e pela força do nosso Salvador que demonstrou em Si mesmo que o mal pode ser derrotado.

Americana, 3 de Março de 1997