“Porque o reino de Deus consiste não em palavra, mas em poder” I Coríntios 4.20
O conceito de Reino de Deus era tão importante, que Jesus o transformou em um pedido proposital ao Pai: “Venha o Teu reino!” Na verdade os seus mais fiéis seguidores tinham dificuldades em entender o Reino de Deus. Muitos estavam seguros que esse seria um império terreno que Jesus estabeleceria, afinal, parte do povo judeu, que sempre vivera sob o domínio de Roma esperava a vinda do Messias, aquele que destruiria o opressor usando forças divinas. Devido a essa crença alguns discípulos ficaram frustrados e derrotados pela seqüência de fatos e ensinos que levaram Jesus à morte na cruz no Calvário. Os ensinos de Jesus sobre o Reino haviam sido mal interpretados!
Interrogado pelos fariseus sobre o assunto, Jesus respondeu: “A vinda do Reino de Deus não é uma coisa que se possa ver. Ninguém vai dizer: “Vejam, está aqui” ou “Está ali”. Porque o Reino de Deus está dentro de vocês.” (Lc 17.20-21). Quando Jesus pediu a vinda do “Teu Reino”, ele estava também convidando o Pai a estabelecer a Sua realeza nos corações e vidas dos homens e mulheres. Quando qualquer ser humano pronuncia esta oração com sinceridade, está pedindo ao Pai que o governo e a realeza de Deus seja estabelecido em sua própria vida. É preciso entender que a idéia de “rei” implica na idéia de “reino a ser governado” e de “súditos”.
Penso que o significado do que Jesus disse é: “Ó Deus, nosso Pai, que és governador do céu e da terra, cuja autoridade é completamente suprema no universo, vem e estabelece a Tua realeza no coração de cada ser humano.” Essa é uma afirmação muito simples, que qualquer pessoa pode fazer com eloqüência. Porém por milhares de vezes ela tem sido feita e repetida sem nenhuma intenção séria de que realmente aconteça. As pessoas oram mas não entendem e não pensam no seu significado.
Desde a nossa meninice, a maioria de nós acredita que somos “reis de nossos próprios castelos”. Determinamos nossos destinos, resolvemos nossos negócios, governamos nossas vidas; tornando-nos assim especialistas em “egoísmo”. Portanto se o domínio de Deus sobre minha vida é pedido nessa oração, posso esperar sérios conflitos entre a Sua soberania e o meu obstinado “ego”.
Paulo enfatiza em I Cor 3.16 e II Cor 6.16-18 que somos santuários e habitação de Deus. Cristo quando orou “venha o Teu reino” considerava também o Espírito Santo penetrando a nossa vida, de tal forma a estabelecer a Sua autoridade na nossa mente e vontade. Muitos convidamos Cristo a habitar em nosso ser pelo seu Espírito mas não estamos a par de quem Ele é: “Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Príncipe da Paz”.
Se na verdade o Reino de Deus estiver em mim, então o meu dever é ser o “porteiro” de sua habitação, para não permitir que coisa alguma que possa prejudicar ou ofender o meu Rei penetre ali.
Tudo que eu comer ou beber deverá se examinado. Não serei glutão nem beberrão, não usarei narcóticos, drogas, estimulantes ou qualquer coisa que possa poluir a casa de Deus.
A mesma atenção devo dar à minha mente e emoções. Controlarei o que leio e o que vejo na televisão, para não ter a alma corrompida por impressões recebidas pelos meus olhos e ouvidos. As conversas de que participo e as músicas que ouço serão escolhidos para que nada “subversivo” entre no reino.
No íntimo do meu ser nada será estragado para me levar à imaginações nocivas ou atividades que poderão colocar em risco este santuário de meu Senhor, Jesus Cristo. Com relação à minha mente e vontade, deverei ter cautela contra filosofias e idéias contrárias aos ensinos e ordens de Cristo.
Estas considerações práticas são muitos importantes para o cristão levar em conta. Não terá valor orar “venha o teu reino” se não temos a intenção real de cooperar com a direção de Deus sobre as nossas vidas. Se somos sinceros ao orar devemos fazer a nossa parte!