“Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos: toda terra está cheia da sua glória.” Isaías 6.3
Qual é o sentido da afirmação de Jesus: “Santificado seja o teu Nome”? Certamente não é somente um pedido, nem uma esperança piedosa, como se dissesse: “Que o teu nome seja venerado”. Os conceitos na mente de Jesus quando introduziu esta frase em sua oração eram absolutamente importantes para ele.
A palavra “NOME”, como Cristo a usou, não tem a limitação de um nome comum, apelido ou forma pela qual uma pessoa é chamada; significa, isto sim, o título, a pessoa, o poder, a autoridade, o caráter, a reputação e a integralidade do Senhor Deus. Tão grande era o respeito do povo hebreu pelo nome de Deus que nem mesmo ousavam pronunciá-lo; era representado pelas letras YHWH, mais tarde YAHWEH, que se tornou JEOVÁ, e na tradução que usamos é representada pela palavra “Senhor”. Claro que o Deus verdadeiro, que é de eternidade em eternidade, não poderia ser identificado por algum título humano simples.
Leiam em Isaías 6, pois ali temos uma dramática descrição das impressões que o profeta teve do Deus Sagrado: “Eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo… e os anjos clamavam: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos, toda a terra está cheia da sua glória… Ai de mim porque sou homem de lábios impuros…” (versículos 1, 3 e 5). A sociedade hoje não é diferente daquela dos tempos de Isaías; nem tampouco é diferente daquela dos dias de Jesus, quando ele ensinou a seus discípulos esta oração. Não importa a que geração pertençamos, pois homens e mulheres são feitos do mesmo pó e não reverenciam nem respeitam o nome do Excelso Deus. O Seu nome é usado em blasfêmias, brincadeiras e gracejos imorais; Seu caráter é ridicularizado e satirizado e Sua pessoa é muitas vezes ofendida e insultada. Quando não, Seu nome é simplesmente usado em vão.
Há diversas “áreas” em que o Nome de Deus deve ser santificado. Veja no texto de Isaías, que o “mundo” (toda a terra está cheia da sua glória), a “igreja” (as abas de suas vestes enchiam o templo) e o “homem” (sou homem de lábios impuros) devem santificar o Senhor!
Quando consideramos o mundo no sentido mais amplo, vemos que o Nome de Deus ali não é santificado. Mesmo para os que não blasfemam abertamente, Deus parece ser uma divindade morta e de conseqüências mínimas. Aqui e agora, a tecnologia e as ciências têm roubado o trono de Deus da mente humana. Ele é de tão pequena importância que nas salas de aula não existe espaço para considerar-se o Seu papel na história da humanidade. A tecnologia está perto da própria adoração, do auto-endeusamento; no entanto aquilo que o homem “realmente faz”, nada mais é que apenas revelar leis que existem e sempre existiram desde a eternidade. Como diz a Palavra: nada há de novo abaixo do sol (Eclesiastes capítulo 1).
Nas igrejas, parece que é natural que o Nome de Deus seja santificado. A verdade porém é que o conceito, no qual o santuário é um lugar onde o povo vem para ter um encontro profundo e pessoal com o Deus Vivo, está mudando rapidamente, em virtude de uma concepção moderna de adoração a Deus. Muitas vezes o programa do culto, a música especial, a última atividade social, a arquitetura do templo ou o pregador e líder são considerados mais importantes que o poder, a pessoa e a presença do próprio Deus. O Seu nome assim não é honrado e santificado, Seu poder não é reverenciado e em alguns casos as pessoas nem estão bem a par do Seu caráter. Muitas igrejas são pouco mais que uma organização social, com formalidades religiosas. Outras são verdadeiras organizações financeiras. Algumas valorizam a veneração de tradições e de ídolos.
Finalmente o aspecto mais importante a ser tratado: o nome de nosso Deus e Pai deve ser honrado e santificado em nossas vidas. Se Deus é nosso Pai, como Jesus testificou na oração, segue-se que somos Seus filhos e se somos Seus filhos, levamos o Seu Nome. Assim podemos ser chamados de “filhos de Deus” ou “cristãos”; e desta forma, o Seu nome, Seu caráter e Sua pessoa nos revestem e estão fixados em nós.
Pode ser que muitos dos nossos amigos não procurem e nem esperem ver a Deus no dia-a-dia do mundo; alguns deles são descrentes ou indiferentes demais para procurar Deus nas igrejas; no entanto todos são meticulosos em inspecionar aquele que afirma ser “filho de Deus”. A vida pessoal e o linguajar dos que se dizem relacionados com Deus são objetos de um exame contínuo pelo mundo que os cerca. Embora tudo possa acontecer com outras pessoas e com eles próprios, dos filhos de Deus eles esperam uma atitude diferente.
“-Se você é filho de Deus, então seja como Ele é!”, pensam todos! Na verdade esta é uma determinação sobremaneira elevada, porque a natureza humana não é perfeita. Pessoas acham falhas nas melhores pessoas, sendo impossível agradar a todos. Porém isso não desculpa os filhos de Deus por viverem de forma irresponsável, sem honrar nem santificar o Nome do Pai em suas decisões e conduta. A nossa ação em honrá-Lo e elevar o Seu Nome, embora pequena como possa nos parecer, produz uma resposta imediata de amor no grande coração de nosso Pai. Somos envolvidos pelo Seu Espírito e descobrimos que nossas vidas são enriquecidas por bênçãos incontáveis. Isso é o que acontece quando o NOME de nosso Pai é santificado em nossas vidas.